“Já não te amo: ao contrário, detesto-te.
És uma desgraçada, verdadeiramente perversa, verdadeiramente tola, uma verdadeira Cinderela.
Nunca me escreves; não amas o teu marido; sabes quanto prazer tuas cartas dão a ele e ainda assim não podes sequer escrever-lhe meia dúzia de linhas, rabiscadas apressadamente. Que fazes o dia todo, Madame?
Que negócio é assim tão importante que te rouba o tempo para escrever ao teu devotado amante?
Que afeição abala e põe de lado o amor, o terno e constante amor que lhe prometeste?
Quem será esse maravilhoso novo amante que te ocupa todos os momentos, tiraniza seus dias e te impede de dedicar qualquer atenção ao teu esposo?
Cuidado, Josefina: alguma bela noite as portas se abrirão e eu surgirei.
Na verdade, meu amor, estou preocupado por não receber notícias tuas; escreve-me neste instante quatro páginas plenas daquelas palavras agradáveis que me enchem o coração de emoção e alegria.
Espero poder em breve segurar-te em meus braços e cobrir-te com um milhão de beijos, candentes como o sol do Equador.
Bonaparte”
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